segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dimensionamento de Sistemas de Captação de Água da Chuva

Alunos: Ismael Furmanski, Jéssica Antunes

O risco de escassez de água potável vem sendo uma preocupação atual para a população.  Atualmente, mais de um bilhão de pessoas sofre com a falta de acesso à água limpa suficiente para suprir suas necessidades básicas diárias, como beber, cozinhar, tomar banho, entre tantas outras utilidades básicas do dia a dia que esse bem tão precioso tem.
Com isso, a ideia de captar água das chuvas e utilizá-la para fins onde a qualidade exigida da água não necessita ser potável seria uma boa alternativa para:

*       Reduzir o consumo de água potável e diminuir a captação de água potável dos corpos hídricos;
*       O Diminuir custos relacionados ao uso de água da rede;

A água da chuva vem sendo utilizada em vários países a muitos anos, principalmente para fins não potáveis. No Brasil, a NBR 15.527/2007 recomenda o uso da água a chuva para os seguintes fins:
*       Descargas em bacias sanitárias;
*       Irrigação de plantios;
*       Lavagem de veículos;
*       Limpeza e calçadas;
*       1/3 e água e piscina;
*       Usos industriais;


                                     Figura 1 – Aproveitamento de água pluvial

Determinação da Demanda de água:

É importante tomar conhecimento sobre a demanda para fazer o dimensionamento do reservatório, para assim garantir a armazenagem e disponibilidade para o aproveitamento água da chuva.

Pode ser medida com auxílio de hidrômetros e séries históricas.

Determinação do volume de água captado

A quantidade de água de chuva que pode ser coletada depende basicamente da área de captação e da intensidade de precipitação local.
Devem ser consideradas as inclinações da cobertura, que geram incrementos de área de contribuição em relação à seção plana e também superfícies inclinadas verticais que possam contribuir para área de captação.

Dados históricos

A intensidade pluviométrica pode ser calculada através do estudo de 25 anos da cidade onde se pretende implantar o sistema, dividido pela duração mínima de chuva considerável que é de 5 minutos.
Assim obteremos o valor da intensidade pluviométrica, então, podemos dividir o resultado por 60 minutos e a unidade final do valor obtido será de mm/h, ou seja, a probabilidade de milímetros de chuva que serão capitados.

Coletando dados

Caso não haja registros da intensidade da chuva na região de interesse, é possível construir pluviômetros para acompanhar a precipitação do local durante um período de acordo com a disponibilidade de tempo para coleta de dados com um pluviômetro de fácil construção para medir a precipitação.


                           Figura 2 - Pluviometro de fácil construção

Sistemas de Condução

Condutos horizontais (calhas): A equação mais utilizada para descrever escoamentos livres é a de Manning-Strickler, onde a mínima declividade a ser adotada é de 0,5%, segundo recomendações da NBR 10844/1989 e no caso de condutores circulares deve ser realizado para uma altura na lâmina de água a 2/3 do diamêtro interno do tubo.

Condutos verticais:
Para os condutos verticais recomenda-se considerar:
*       A vazão de dimensionamento (L/min);
*       A lâmina de água esperada na calha (mm);
*       O comprimento do condutor vertical (m);

Deve-se também consultar tabelas com coeficiente de rugosidade do material a ser utilizado e suas respectivas perdas de carga e a partir da vazão de projeto definido, utilizar os ábacos.
*       Ábaco para determinação de condutores verticais:]


É importante determinar a altura máxima e sucção para uma bomba, para que não haja cavitação. Os dados da instalação e a curva de NPSH estão ilustrados na figura a seguir:



Dimensionamento do Reservatório:

Para o dimensionamento dos reservatórios, podemos utilizar o método Rippl que é um dos recomendados na NBR 15527/2007.
Deve ser feita uma tabela levando em consideração a chuva(mm) de todos os meses no período de um ano, a demanda a ser atendida(m³), o volume captado(m³) e o volume do reservatório(m³).
Para obter o valor do volume captado pode-se utilizar a fórmula abaixo:

                                           V= [P(mm).A(m²).R(tabelado)]/1000(mm)
V = Volume captado
P = Chuva
A = Área de captação
R = Coeficiente de deflúvio

Calcular o novo Coeficiente de deflúvio através o somatório da demanda, dividido pelo somatório do volume captado. Refazer o cálculo com o novo valor encontrado.       Para determinar o volume do reservatório, subtrair o volume captado da demanda.  Ao final somar todos os resultados positivos do volume do reservatório para obter o tamanho do resevatório em m³.

Qualidade da água

A água da chuva, principalmente no início da captação acaba arrastando consigo a poeira, cinzas, folhas e detritos de animais acumulados no telhado durante os períodos sem chuva. Por isso, a separação da água inicial, ou first flush, é fundamental para o armazenamento de uma água de melhor qualidade que exigirá um tratamento mais simples como a clora.



Figura 4 - Água obtida no início da captação (esquerda) e demais águas coletadas ao longo da chuva.

Monitoramento:

A norma NBR 15527/07 recomenda as seguintes análises e os valores de referência:
Semestrais
Mensais
*Coliformes totais:
*Coliformes termo tolerantes (fecais):
ausência em 100 mL
*Cloro residual livre: 0,5 mg/L a 3 mg/L;
*Cor aparente: <15 uC;
*pH: entre 6,0 a 8,0;
*Turbidez: <2 uT e < 5uT (uso menos restritivo)






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